ERGONOMISTA EMPREENDEDORX

Ergonomista, você está achando difícil fechar as contas no final do mês? Trabalha, trabalha e trabalha, e no final o lucro não é o esperado? Acha que seus custos estão altos? Não tem certeza de como precificar seus serviços? Tem dificuldade de fazer um orçamento? Não tem segurança nos seus controles financeiros?

Se a resposta para alguma (ou várias) dessas perguntas acima é “SIM”, então essa série de artigos sobre Empreendorismo é para você!

Serão artigos referentes à Gestão do Negócio de Ergonomia, da criação de uma proposta até a entrega de indicadores aos seus clientes, passando por orçamento, precificação, contrato, controles financeiros e outros assuntos que vão te ajudar a gerenciar melhor o seu negócio.

Para começar, vamos falar dx Ergonomista como Administradorx!

Para muitos profissionais, a Ergonomia veio como “segunda opção”: eles estavam trabalhando em outra área, a coisa não estava dando tãããooo certo e surgiu a oportunidade de trabalhar com Ergonomia, sem muito aprofundamento no estudo…

Depois vieram cursos, pós-graduação, estudos, grupos de discussão, vídeos e muito mais, MAS SEMPRE SOBRE A PARTE TÉCNICA DA ERGONOMIA: como realizar uma AET, as fases da AET, quais ferramentas ergonômicas se encaixam em tal situação, normativas legais e técnicas, dentre outras coisas.

Mas, para grande parte dos Ergonomistas, todo esse aprofundamento não veio acompanhado do estudo sobre a Gestão do Negócio e essa é nossa intenção com essa série de artigos: fazer você aprofundar mais na gestão do negócio de Ergonomia!

Vamos começando estudando um pouco sobre Administração de uma empresa. Prometemos que os artigos serão com conteúdos práticos e no final, uma chamada para a ação: faça e você terá a possibilidade de melhorar a gestão da sua empresa!

Desde os povos primitivos, o homem sempre teve a necessidade de cooperar com seus semelhantes para a obtenção da maior parte dos objetivos da espécie, por causa das suas limitações físicas, biológicas e psíquicas. 

Percebeu-se que as atividades básicas para a sobrevivência eram mais produtivas se fossem realizadas coletivamente.  Isto tornava possível atingir objetivos que, sozinho, o indivíduo não teria condições de alcançar ou levaria muito tempo para fazê-lo. Era o início das organizações, tendo como base a divisão do trabalho e o esforço cooperativo.

Nesse momento você, Ergonomista, pode falar que “na minha empresa sou só eu”. Mas você não se deve esquecer que na prestação dos seus serviços, você requer a cooperação de muitos atores dentro do seu cliente, de muitos setores, o que dá ainda mais sentido a esse artigo.

Toda organização é composta de duas ou mais pessoas que interagem entre si por meio de relações recíprocas para atingir objetivos comuns. As organizações existem para atingir certos objetivos, os quais estão sempre fora delas, isto é, na sociedade maior que as envolve.

Atualmente, a sociedade exige um variado número de bens e serviços que continuam sendo fornecidos por indivíduos que trabalham coletivamente, ou seja, por organizações. As organizações são a maneira pela qual a sociedade consegue que as coisas sejam feitas, o que é a função social das organizações.

Conceito de organizações:

Isto significa que as organizações são propositada e planejadamente construídas e elaboradas para atingir determinados objetivos, e também são reconstruídas e reelaboradas, isto é, reestruturadas e redefinidas, na medida em que os objetivos são atingidos ou na medida em que se descobrem meios melhores para atingi-los com menores custos, esforço e tempo. 

Uma organização nunca constitui uma unidade pronta e acabada, mas um organismo social vivo e sujeito a constantes mudanças e transformações no caminho do seu desenvolvimento e busca da excelência.

As organizações apresentam recursos e competências, como principais meios para se alcançar os objetivos pretendidos pela organização.

• Recursos → fazem parte dos ativos tangíveis da organização.
• Competências → fazem parte dos ativos intangíveis da organização. Estão principalmente nas pessoas.

A imagem acima mostra:

1. Competências organizacionais: são aquelas que personalizam a organização e refletem aquilo que ela é capaz de fazer e que nenhuma outra organização consegue rapidamente copiar ou imitar. São competências essenciais, singulares e exclusivas que a organização precisa construir e utilizar intensamente para ocupar uma posição no mercado. 
2. Competências funcionais: são as competências que cada área ou unidade organizacional – departamentos ou divisões – deve possuir para assegurar as competências organizacionais. Assim, um departamento financeiro deve possuir competências próprias de sua área e compatíveis com as competências organizacionais. 
3. Competências gerenciais: são as competências administrativas que cada executivo da organização – desde o presidente até o supervisor – deve possuir para assegurar que sua organização desenvolva suas competências organizacionais. Em geral, são competências comportamentais que incluem liderança, comunicação, motivação, visão sistêmica, foco em objetivos e resultados etc. 
4. Competências individuais: são as competências que cada pessoa da organização deve possuir para colaborar e contribuir no sentido de que a organização mantenha e aumente suas competências organizacionais. As competências individuais dependem da atividade específica de cada organização. Em geral envolvem capacidade de aprender, espírito de equipe, iniciativa própria e empreendedorismo, comunicabilidade, foco em metas a alcançar, solidariedade, melhoria contínua, criação de valor etc.

Além das competências, devem ser utilizados tais recursos:

1. Recursos financeiros: envolvem capital, volume de dinheiro que corre através do ciclo financeiro da organização, fluxos de investimentos etc. 
2. Recursos materiais: envolvem prédios, edifícios, máquinas, instalações etc. 
3. Recursos operacionais: envolvem matérias-primas, materiais, componentes etc. 
4. Recursos tecnológicos: envolvem máquinas, equipamentos, ferramentas etc., que recebem a denominação de hardware. 
5. Recursos informacionais: envolvem o sistema integrado de informação da organização, ou seja, o software.

As organizações não andam sozinhas, elas precisam ser conduzidas, ou seja, precisam ser administradas. 

Mas, Ergonomista, o que é administração?

A administração é o meio pelo qual as organizações são alinhadas e conduzidas para alcançar excelência em suas ações e oferecer os resultados esperados. É isso que você quer da sua empresa de Ergonomia, certo?

A palavra administração deriva do latim (ad + minister) e significa subordinação e serviço. Em sua origem, a palavra administração significa a função que se desenvolve sob o comando de outro.

A Revolução Industrial (séc. XVIII) gerou a gradativa substituição dos proprietários das indústrias por administradores profissionais no comando de suas empresas. Mas isso está longe de ser possível em muitas empresas de Ergonomia, por isso da nossa proposta de tema!

Segundo Chiavenato (2015), a tarefa da Administração consiste em interpretar os objetivos propostos pela organização e traduzi-los em ação por meio de planejamento, organização, direção e controle de todos os esforços realizados em todas as áreas e níveis da empresa, a fim de atingir tais objetivos da melhor maneira possível.

A Administração basicamente funciona como um processo de planejar, organizar, dirigir e controlar a aplicação das competências e dos recursos organizacionais para alcançar determinados objetivos de maneira eficiente e eficaz.

Ergonomista, prestou atenção nas quatro funções administrativas que formam o processo administrativo?

1. Planejamento
   • Define o que a empresa de Ergonomia pretende fazer no futuro (curto, médio e longo prazo) e como deverá fazê-lo. É a primeira função administrativa. 
   • Define objetivos e decide sobre os recursos e competências necessários para atingi-los, baseando-se em algum método, plano, meio ou lógica, não ao acaso. No caso a empresa de Ergonomia, o Plano de Negócio, que falamos em outro artigo.
2. Organização
   • É a função administrativa relacionada com a atribuição de tarefas a equipes ou departamentos e a alocação dos recursos necessários.
   • É, portanto, o processo de distribuir, arranjar e alocar o trabalho, engajando as pessoas em um trabalho conjunto de uma maneira estruturada para alcançar objetivos comuns.
3. Direção
   • A direção representa a colocação em prática daquilo que foi planejado e organizado. É o processo de influenciar e orientar as atividades relacionadas com as tarefas dos diversos membros da equipe ou da organização como um todo.
   • Envolve relacionamento, interação, influenciação, liderança, comunicação e motivação das pessoas para que elas desempenhem as tarefas essenciais ao negócio.
4. Controle
   • É a função relacionada com a monitoração das atividades a fim de manter a organização no caminho para o alcance dos objetivos e permitir as correções necessárias para atenuar ou corrigir os desvios.
   • Assegura que as atividades atuais estejam em conformidade com as atividades planejadas.

O conceito de Gestão, para nosso intuito nessa série de artigos (superficial, sem intenção de se aprofundar nesses conceitos) é semelhante ao de administrar.

Atribui-se a origem do termo Gestão no latim, à mesma raíz da palavra gestação, indicando o “desenvolvimento de algo valioso”. No contexto empresarial, refere-se aos “princípios de incentivar participação, estimular autonomia e responsabilidade das pessoas”. Dentro do conceito de administração que vimos acima, relaciona-se mais com a parte da “Direção”, como uma prática voltada ao aspecto político-administrativo de uma equipe ou empresa, em que as relações pessoais, recursos materiais e de rotina estão envolvidas no processo como um todo.

Para nós, gestão aqui será tratada como similar à parte operacional da administração (a fase de direção).

Agora, qual as habilidades básicas de um bom Ergonomista Administrador?

X Ergonomista Administradorx precisa lidar com pessoas, seja da sua empresa ou seja da sua cliente, fato que incorpora boa dose de subjetividade e talento para influenciar o comportamento dos outros. Esse desempenho é o resultado de certas habilidades que x Ergonomista deve possuir e utilizar.

Porém, é importante ter em mente que não existe uma única maneira certa de umx administradorx agir. Pelo contrário, existem várias maneiras de levar a cabo as tarefas nas organizações, em condições específicas, por dirigentes de temperamentos diversos e modos de agir próprios.

As habilidades necessárias ax Ergonomista Administradorx têm fundamentos, pois elx assume vários papéis em suas atividades, sendo que cada papel representa atividades que elx deve conduz para cumprir as funções administrativas. Resumimos algumas importantes aqui:

• Habilidades técnicas: envolvem o conhecimento especializado das técnicas relacionadas com o trabalho de Ergonomia e com os procedimentos a serem realizados.
• Habilidades humanas: estão relacionadas com a interação com as pessoas e referem-se à facilidade de relacionamento interpessoal e grupal com os envolvidos da empresa de consultoria e funcionários das empresas clientes, sejam de gestão ou não. Envolvem a capacidade de comunicar, motivar, coordenar, liderar e resolver conflitos pessoais ou grupais.
• Habilidades conceituais: envolvem a visão da organização ou da unidade organizacional como um todo, a facilidade em trabalhar com ideias e conceitos, teorias e abstrações. Estão relacionadas com o pensar, o raciocinar, o diagnóstico das situações e a formulação de alternativas de solução dos problemas, bem como com a inovação.

Mas o que essxs Ergonomistas Administradorxs devem gerenciar? 

As empresas!

As empresas constituem um tipo específico de organização: são organizações sociais compostas de pessoas e de recursos para alcançar determinados objetivos e dentre tais objetivos destaca-se o lucro. 

No fundo, uma empresa é uma organização lucrativa. Seus proprietários ou acionistas investem capital em troca de futuros lucros em decorrência do sucesso nos negócios. O lucro define o grau de sucesso financeiro da empresa.

Todo negócio deve ter uma missão para cumprir. Deve ter uma visão do futuro que o norteie e deve definir os valores que pretende consagrar.

Ergonomista, você já criou sua missão, visão e valores da sua empresa?

Nós terminamos esse primeiro artigo sobre Empreendedorismo te orientando a realizar uma revisão da organização da sua empresa:

1. Revisando/criando seus processos administrativos
   • Tendo tempo para planejar as ações, o mês seguinte ou o ano seguinte;
   • Organizando as atividades dentre os envolvidos;
   • Tendo tempo para dirigir as ações e realizando as ações que você se responsabilizou;
   • Tendo tempo na agenda para controlar as ações que estão sendo realizadas e mudar o planejamento, caso necessário.
2. Observando se você tem as habilidades mínimas de um bom gestor
3. Criando/revisando a missão, visão e valores da sua empresa;

No próximo artigo, falaremos diretamente sobre empreendedorismo, te esperamos lá!

Referências
CHIAVENATO, I. Administração: teoria, processo e prática. 5. ed. Barueri: Manole, 2014.
CHIAVENATO, I. Administração para não administradores: a gestão de negócios ao alcance de todos. 2. ed. Barueri: Manole, 2011.